Mesmo afetada pela guerra e sem a presença dos peregrinos, a pequena Igreja de Jerusalém reuniu fiéis de diferentes origens. Unidos em oração, eles mostram que a comunhão vai além das fronteiras e das dificuldades.
Reportagem de Cristiane Monteiro
Imagens de Christian Media Center
A Festa de Pentecostes tem suas raízes no Shavuot, uma celebração judaica que celebra o dom da Torah recebida no monte Sinai e ainda coincide com o tempo da colheita.
Nesta sala, inaugurada no sábado à tarde no instituto Notredame, o artista Chileno Daniel Cariola expressou essa ligação profunda do cristianismo com o mundo hebraico. De fato, explicou o artista, os discípulos estavam reunidos com Maria em Jerusalém para celebrar o dom da Torah. E eis que o Espírito Santo veio no meio dele em línguas de fogo e eles começaram a falar em línguas.
A noite como tradição, na Igreja de São Salvador, os franciscanos celebram a Santa Missa da vigília. Uma liturgia muito singular que recorda os feitos do Espírito Santo na história do povo de Deus. Na homilia, padre sco Patton falou sobre a realidade de Gaza, ligando ao episódio dos ossos ressequidos, narrado no livro de Ezequiel. Um símbolo potente também para mostrar a realidade trágica na qual nos encontramos e o que acontece quando falta a ação do Espírito de Cristo.
Este lugar de celebração por excelência tornou-se o novo Cenáculo desde que por motivos históricos, os franciscanos foram obrigados a deixar a propriedade do Monte Sião, onde hoje está a sala superior que narra os evangelistas. Somente duas vezes ao ano eles têm a permissão de vir aqui no Cenáculo e celebrar as liturgias.
Mas esta expulsão os impulsionou a colher a novidade do Espírito Santo. E foi aqui, nesta Igreja que a experiência da vida cristã começou a renascer e aqui tornou-se a primeira paróquia católica de Jerusalém.
Celebrar o Pentecostes em Jerusalém, em tempo de guerra, significa vivê lo de forma mais profunda e intensa, porque justamente neste tempo no qual o mais fácil seria fechar as portas e viver sob o medo, esta pequena e corajosa Igreja continua a caminhar, a manter a chama da fé, e pedir que o Espírito Santo continue sua obra como o Advogado e Consolador, que está conosco todos os dias, até o fim dos tempos.